Desde o surgimento da sociologia, descobrimos que os tipos de sujeito e comportamentos são reproduzidos socialmente, fazem parte de um padrão, sempre. Os BRIGÕES são subproduto de uma sociedade que há muito tempo tolera e estimula todos os tipos de valentão.
Uma sociedade que cultua as arenas, que descendem de arenas romanas, onde os gritos turbinam o frenesi, reproduzem o paradigma. Se antigamente era MATA!! MATA!! agora são ofensas e injúrias de todo tipo, a mesma coisa, só que subliminada. Até que a violência explode nua e crua.
Se antes era o imperador, agora é o dinheiro. Em nome dos interesses midiáticos-empresariais, o jogo de ontem foi retomado em total desrespeito ao ser humano.
No livro Videologias, Eugênio Bucci e a Maria Rita Kehl já denunciavam: temos uma programação de entretenimento na TV e cinema estadunidense que naturaliza a violência ao extremo, a resposta para tudo é violência. O povo delira quando a Carminha toma um tapa, a Nazaré Tedesco é empurrada na escada, a Odete toma um tiro... e todos os zilhões de exemplos de violência incessante na TV e no Cinema. Quem esqueceu Tropa de Elite? Quando o público delirou com Cap. Nascimento, deu a senha para os abusos que seriam cometidos depois, na vida real. Nós matamos o Amarildo!
E o fenômeno UFC? Onde caras já caídos continuam a apanhar e o povo delirando! Num frenesi tipo: KILL KILL KILL KILL!!!
Em uma sociedade de 200 milhões de indivíduos, devemos discutir os padrões de comportamento e as responsabilidades pela educação de sensibilidades, ao invés de dizer que um ou outro tem que pegar prisão perpétua ou pena de morte (que nunca resolveu nada).
Focar em indivíduos é o mesmo que enxugar gelo.
Devemos focar nos discursos que são reproduzidos por uma mídia que só tem compromisso com o dinheiro.
Precisamos de outra mídia para engendrar uma outra sociedade.